LIBERTADORES DA AMÉRICA

FLUMINENSE 1 x 0 LDU

O Fluminense garantiu o 1°lugar no grupo 8 da Libertadores vencendo a LDU por 1 x 0, no Maracanã, com um gol de Cícero. Renato Gaúcho, não podendo contar com Washington e Dodô, escalou o time sem nenhum atacante de ofício sequer. Ainda assim, pode-se dizer que o Flu venceu o jogo até com certa traqüilidade. Com a vitória, o Tricolor tem boas chances de terminar a 1ªfase com a melhor campanha dentre os 32 clubes participantes, o que lhe garantiria jogar em casa o segundo jogo de todos os confrontos de "mata-mata" até o final da competição.

O Fluminense começou a partida com amplo domínio territorial e as chances de gol se sucediam. Cícero, que já vinha levando vantagem sobre os zagueiros equatorianos em todas as jogadas pelo alto, abriu o placar com uma cabeçada perfeita, aproveitando-se do bom cruzamento de Júnior César, aos 31 minutos de jogo.

O Fluminense que já tem Washington, o melhor cabeceador do Brasil na minha opinião, se dá ao luxo de dispor em seu elenco de outro jogador que também domina este fundamento como poucos. Cícero também é um exímio cabeceador. Tem bom sentido de colocação, é preciso no tempo de bola e executa o movimento do cabeceio com perfeição. Levando-se em consideração que o Flu tem jogadores de armação que cruzam bolas à área com competência, como Thiago Neves, Conca e Junior César, as jogadas aéreas vão se tornando uma marca registrada deste esquadrão tricolor.

O segundo tempo seguiu na mesma toada, com pressão do Flu e uma LDU encolhida em seu campo de defesa. As chances de gol não foram tantas e tão claras quanto na etapa inicial e o jogo ficou monótono, sem alterações no placar. Renato poderia até ter poupado alguns titulares importantes para o duelo na final da Taça Rio no domingo contra o Botafogo, uma vez que o time equatoriano entrou no Maracanã com o objetivo claro e pouco ambicioso de voltar para casa com um empate.

SANTOS 2 x 1 CÚCUTA

Conforme todos previam, foi uma classificação suada para o Peixe. Suada, sofrida e arrancada, que me permite cair no lugar comum de afirmar que foi um legítimo jogo de Libertadores, com todos os ingredientes necessários para uma partida ser definida como tal. Somente uma por uma vez, em 1984, o Santos fora eliminado antes das oitavas-de-final em dez participações na competição mais importante entre clubes no continente. Um empate no jogo de ontem, faria a história se repetir.

A tarefa do alvinegro praiano, ficou dramática quando o Cúcuta abriu o placar com um golaço de falta de Henry, aos 22 minutos de jogo. O Santos terminou o 1°tempo sem conseguir penetrar na defesa cerrada do Cúcuta, insistindo de maneira infrutífera nas bolas alçadas à área.

No 2°tempo, o Santos voltou com tudo pra cima dos visitantes. Aos 23 minutos, Wesley fez boa jogada pela esquerda e tocou para Kleber Pereira. O centroavante girou chutando para o fundo das redes colombianas e empatou o jogo. Os nervos ficaram à flor da pele. Domingos e Liancarlos trocaram tapas e foram expulsos. O técnico Leão não demorou a apresentar seu desequilíbrio habitual e também foi expulso pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda.

O Santos intensificou a pressão sobre o time colombiano e foi premiado com o gol, aos 43 minutos do 2°tempo. Kleber Pereira errou um cruzamento e a bola acertou o travessão. O argentino Trípodi aproveitou o rebote e soltou a bomba de perna direita para marcar o gol da classificação. Festa na Vila Belmiro. Agora o Santos se junta a Cruzeiro, Flamengo e Fluminense, todos já classificados para a próxima fase. Só falta o São Paulo.

REAL POTOSÍ 5 x 1 CRUZEIRO

O jogo, por si só, já seria difícil. Potosí e Orullo, ambas a quase 4000 metros acima do nível do mar, são as cidades mais altas aonde se joga o futebol profissional no mundo. Não satisfeito com as dificuldades que a prática do futebol sob o ar rarefeito já impõe, o técnico Adílson Batista também contribuiu com o resultado, fazendo do time do Cruzeiro, uma vítima de suas invencionisses táticas. Adílson, que costumeiramente se utiliza do clássico 4-4-2, optou por um esquema com três zagueiros(Thiago Martinelli, Leo Fortunato e Espinoza). Improvisou o volante Marquinhos Paraná na lateral-esquerda e começou com um meio campo recheado de volantes, adiantando Wagner para formar a dupla de ataque com Marcelo Moreno.

Foi um desastre. Principalmente a atuação de um bonde chamado Espinoza e de seus companheiros de zaga. O placar de 2 x 1(gols de Loyasa e Álvaro pintos para o Potosí, com Marcelo Moreno descontando, de pênalti, para o Cruzeiro) no 1°tempo, não traduz a superioridade exercida pelo time boliviano.

No início do 2°tempo, quando o Cruzeiro esboçava uma reação, o time mineiro levou um duro golpe com o terceiro gol do Potosí logo aos seis minutos, com Álvaro Pintos se aproveitando de uma bola mal rebatida pelo goleiro Fábio. E o time da casa trasformou o resultado numa sonora goleada de 5 x 1, com Isidro Candía ampliando aos 21 minutos e o veterano gorducho, Gatty Ribeiro, sacramentando o placar aos 41.

Não é de hoje que venho falando que esse miolo de zaga cruzeirense é fraco. Fraquíssimo. Quando um jogador como Espinoza adquire o status de xerifão, de comandante da zaga, é porque a coisa está braba. Já falei por aqui e volto a repetir: Espinoza é o típico zagueiro que entrega a rapadura na hora da decisão, podendo estragar a temporada de um bom time como o do Cruzeiro em um único lance. Que sirva de alerta, pois ontem a Raposa entrara em campo já classificada para a próxima fase da competição. E para aqueles que zombaram dos flamenguistas em sua cruzada na luta contra os jogos na altitude, só digo uma coisa: No dos outros é refresco, né?