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É público e notório que a Nike está em falta com o Flamengo. Não é de hoje que a imprensa vem divulgando as falhas da empresa no fornecimento de material a todos os departamentos esportivos do clube. No futebol, o assunto já virou até motivo de chacota entre os jogadores. O goleiro Bruno já chegou a atuar algumas vezes com uma camisa de treino adaptada. O mesmo se repete no fornecimento às lojas de artigos esportivos. Na reta final do campeonato brasileiro do ano passado, quando o Flamengo conseguiu sua arrancada épica da zona do rebaixamento à classificação para a Libertadores, época em que a torcida estava em lua de mel com o time, era difícil de se encontrar uma camisa oficial em uma loja especializada, mesmo na boutique do clube. As queixas no Corinthians, que também tem a Nike como fornecedora de materiais esportivos, são exatamente as mesmas.

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A relação entre o Flamengo e a empresa estremeceu de vez, na oportunidade do lançamento do novo terceiro uniforme, quando a Nike publicou em seu site uma foto de um trecho do muro do clube em péssimo estado de conservação. O presidente Márcio Braga, afirmou que se sentiu agredido como rubro-negro, acrescentando ainda que, em 30 anos de Flamengo, nunca tinha visto o clube ser tão maltratado por um parceiro. Outro fato que gerou intensa revolta nos poderes do clube, foi a demora da Nike em se posicionar a respeito de um contrato de licenciamento que o Flamengo esteve por assinar com a Warner, nos mesmos moldes do que o São Paulo possui com a gigante do entretenimento. A falta de uma resposta da Nike estacionou o ambicioso projeto.

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Chega a ser um escárnio, além de um tremendo erro estratégico, que uma empresa que se diz líder mundial no ramo de artigos esportivos, dê esse tratamento ao clube de maior torcida do Brasil. As falhas da Nike coincidem com as notícias que vêm sendo veiculadas pela imprensa a respeito de propostas de empresas concorrentes na tentativa de assumir o posto de fornecedora oficial do Flamengo. Algumas até dispostas a pagar a multa pela rescisão do contrato existente entre a Nike e o clube. Recentemente, o jornalista Ancelmo Góis, publicou nota em sua coluna no jornal "O Globo", afirmando que a empresa alemã Adidas ofereceu ao clube rubro-negro um contrato de 16 milhões anuais, enquanto a Nike paga no máximo 7 milhões pelo mesmo período. Já surgiram informações de que a Olympikus e a italiana Lotto também estariam interessadas. Acontece que, sufocado por uma grave crise financeira, o Flamengo já recebeu adiantadas as cotas do patrocínio da Nike até 2009, o que talvez obrigue o clube a manter o vínculo com a empresa até pelo menos o ano que vem. Este caso vem sendo estudado minuciosamente pelo departamento jurídico do clube, na procura de uma brecha para rescindir o referido contrato.

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Quando o São Paulo renovou seu contrato de fornecimento de uniformes com a Reebok -leia-se Adidas- no valor de 15 milhões anuais, pelo triênio 2008, 2009 e 2010, foi inaugurada uma nova era na relação entre os clubes e seus fornecedores de material esportivo. Seria uma questão de tempo que os valores deste contrato gerassem efeitos no mercado da bola, uma vez que despertariam a cobiça dos demais grandes clubes. Emerson Gonçalves, estudioso do marketing esportivo que assina o excelente blog Olhar Crônico Esportivo( Lista de favoritos do FAIR PLAY), acredita que dificilmente a Nike deixará de renovar seus contratos de fornecimento tanto com o Flamengo quanto com o Corinthians, mesmo tendo a multinacional se queimado nos dois clubes. E olha que ele não costuma errar. Será?