FLAMENGO 2 x 3 BOTAFOGO

Flamengo e Botafogo, não fizeram um jogo que primou pela técnica, mas sem dúvidas foi muito movimentado, emocionante e agradável de se assistir. Uma partida aberta, sem muita marcação no meio de campo -como há muito eu não via-, com chances de gol de lado a lado. Mais para o Botafogo, é verdade. Vitória merecida do alvinegro carioca por 3 a 2, que foi valorizada pelo espírito de luta dos jogadores que formaram o time misto do Flamengo. Fim de Tabu. Fora quebrada uma escrita de quatro anos sem vitórias do Botafogo sobre o Flamengo. Escrita essa, que estava engasgada na garganta de todos os alvinegros. Uma derrota para um time misto do Flamengo -que está com a cabeça no jogo de quarta contra o Nacional-, seria muito frustrante para a torcida. O time cumpriu com sua obrigação e confirmou o seu favoritismo.

O primeiro tempo foi bem equilibrado. No segundo, o Botafogo teve ligeira superioridade e mais chances de gol, aproveitando-se do desentrosamento da defesa rubro-negra. Em comum às duas etapas, a grande velocidade em que a partida fora jogada.

Mesmo com um elenco enxuto, o Botafogo é um time que tem um padrão tático bem definido. Ponto para Cuca, que pouco a pouco, vai se consolidando como um técnico de ponta. As jogadas ensaiadas em lances de bola parada não aparaceram tanto hoje, mas tem sido presença constante nos jogos do Botafogo. Impossível não notar o dedo de um bom treinador. O Botafogo tanto sabe tocar a bola, como sabe prendê-la quando necessário para alternar o ritmo do jogo. Era só atingir um maior equilíbrio emocional, que agora parece estar faltando ao Flamengo.

Gavillan, que fora contratado passando-se por cima de opinião médica, teve uma péssima atuação. Além de perder a bola de maneira infantil no lance do primeiro gol do Botafogo, dormiu assistindo Jorge Henrique se antecipar para marcar o terceiro. Jônatas, para mim, é a grande decepção no elenco do Flamengo até agora nesta temporada. Esperava muito dele. Hoje só foi notado no lance de sua merecida expulsão. Toró merece levar um gancho pra deixar de ser otário. Pelo visto, a bronca levada após a lambança feita em Montevidéu não surtiu efeito algum. Que receba uma punição na Justiça Desportiva e uma multa aplicada pelo clube. Tem que doer no bolso. Assim, talvez ele aprenda. Tá ouvindo, Kleber Leite? A dupla de zaga reserva preocupa. Não sinto a menor firmeza em Leonardo. Sou mais Rodrigo Arroz. E quanto a Thiago Sales, não adianta marcar quinhentos gols deixando tantos espaços lá atrás -vide o post “UMA REFLEXÃO SOBRE ZAGUEIROS”. Mesmo dando o desconto de um desentrosamento natural, a dupla Leonardo e Thiago Sales não me inspira confiança. Destaque no Flamengo para a boa atuação de Bruno -que andou falhando nos últimos jogos-, e para a surpreendente recuperação de Renato Augusto. Joel fez bem em tirá-lo, poupando o jogador para o importante confronto com o Nacional, quarta-feira pela Libertadores. Léo Moura, que não jogará na quarta-feira, também teve boa atuação.

E no Botafogo, grande destaque para Wellington Paulista, autor do primeiro gol e de bons passes durante o jogo. No pênalti em Lúcio Flávio, fez uma jogada interessantíssima -e que passa batida aos olhos de muitos-, ao puxar a marcação de Léo Moura, para depois fazer o corta-luz que anulou as reações do lateral rubro-negro, possibilitando Lúcio Flávio receber a bola cara a cara com Bruno. Jogada de quem sabe das coisas. Wellington Paulista tem feito gols importantes para o Botafogo. Mesmo sem ser um super-craque, tem se mostrado um bom centroavante. Mais um ponto para Cuca, treinador que sabe aproveitar como poucos, os recursos disponíveis para contratações de jogadores nos clubes pelos quais trabalha. Jorge Henrique também se movimentou muito bem. Deu muito trabalho à defesa do Flamengo e marcou um gol de puro oportunismo. Castillo também se mostrou seguro, principalmente nas saídas do gol. No geral, ninguém jogou mal na equipe alvinegra. E sobrou gana para arrancar a tão esperada vitória do Flamengo. Foram exatos 14 jogos e quatro anos de jejum.

Grande arbitragem do Sr. Marcelo de Souza Pinto. Foi um jogo dificílimo, catimbado e cheio de ranço dos confrontos anteriores entre os dois rivais. O árbitro acertou quase tudo. Uma atuação notável.