Que papelão! Com os nervos à flor da pele, e acometidos pela mesma síndrome de que padece o Botafogo nas partidas importantes, o Flamengo foi goleado pelo o Nacional por 3 a 0 ontem em Montevidéu. Perdeu de maneira acachapante, um jogo que deveria ser uma verdadeira exibição do futebol brasileiro para o carente público uruguaio.
O clima não podia ser mais favorável. Um adversário leal e que deixava jogar, fraco tecnicamente, e um árbitro imparcial. Tudo o que o Flamengo não esperava. A marcação pressão na saída de bola rubro-negra, a velha catimba uruguaia e o bom futebol de outros tempos, não entraram em campo no jogo de ontem vestindo a tradicional camisa do Nacional de Montevidéu. Mas os jogadores do Flamengo foram à campo preparados para uma verdadeira batalha! O clima de hostilidade que o roteiro do Flamengo de Joel previa para o jogo no Estádio Parque Central nem mesmo se fez presente. Descontrolados emocionalmente, os jogadores do Flamengo cumpriram um papel lamentável, demonstrando uma imaturidade surpreendente para um time que aspira vencer a Taça Libertadores da América.
O 1°tempo fora equilibrado, apesar de o Flamengo ter demonstrado sua maior qualidade tecnica desde o início da partida. O time tinha total liberdade para tocar a bola com calma, inverter o jogo e escolher o melhor momento para a definição, sem falar na facilidade com que os convidativos defensores uruguaios eram driblados por diversas vezes.
Mas a primeira chance concreta de gol foi do Nacional. Aos 20 minutos, Bruno espalmou a bola cabeceada por Bertolo. No rebote, o grandalhão Richard Morales isolou a bola para as arquibancadas.
A resposta rubro-negra foi aos 37 numa boa cabeçada de Souza, que por muito pouco não encobriu o goleiro Vieira.
Foi então que num erro de Ibson, o Nacional roubou a bola e Bertolo arriscou de muito longe. Bruno falhou, espalmando para a entrada da pequena área, quando Richard Morales novamente aproveitou o rebote, mas desta vez não predoou. 1 a 0 Nacional.
A partir daí, os jogadores do Flamengo começaram a encenar seu espetáculo de destempero e insensatez. Tentando cobrar rapidamente um lateral, Toró se irrita com um jovem gandula que retarda a reposição da bola e o agride com um encontrão. O juiz expulsa Toró e o Flamengo fica com dez em campo.
Não tenho como saber o que Joel conversou com os jogadores no vestiário durante o intervalo de jogo, mas ficou evidente que não surtiu efeito algum, pelo menos no ascpecto psicológico. O Flamengo mesmo com dez em campo -Diego Tardelli fora substituido por Marcinho-, tinha tudo para empatar e até virar o jogo no 2° tempo, diante da fragilidade de um time do Nacional de Montevidéu, que é o mais fraco que já vi o clube uruguaio apresentar.
Mas em um lance de uma irresponsabilidade inaceitável para um profissional já bem experimentado, Léo Moura acerta uma voadora nas costelas de Cardaccio e é expulso inapelavelmente. Só quando ficou com nove em campo, o Flamengo, ou melhor, os jogadores do Flamengo, conseguiram alcançar seu objetivo de entregar de bandeja um jogo em que tinham tudo para trazer os 3 pontos para o Rio de Janeiro.
O Nacional passou a pressionar. Em nova falha de Bruno, que saiu mal do gol num lance de escanteio, e após um bate e rebate dentro da área, o grandalhão Richard Morales estufa as redes rubro-negras mais uma vez, com um legítimo gol de pelada.
Aos 23 minutos da etapa final, em uma cobrança de falta que desviara em Marcinho, Fornaroli faz o terceiro gol uruguaio e fecha o placar. 3 a 0 para o Nacional.
Agora o Flamengo se encontra em situação bastante desconfortável em sua chave na Libertadores. O Nacional é o líder do grupo com seis pontos. Em segundo está o Flamengo com quatro. O rubro-negro terá de buscar pelo menos um empate fora de casa no jogo que eu considero o mais difícil desta fase, contra o bom time do Cienciano nos 3.750 metros de Cuzco. O Flamengo frustrou sua apaixonada torcida, que neste exato momento está sendo vítima de chacota dos torcedores rivais. Principalmente os oportunistas, sempre providos de seu discurso vazio. Não era uma partida eliminatória, ainda bem. Mas que se tire alguma lição deste triste espetáculo. Os jogadores protagonizaram um papel ridículo, indesculpável, escrevendo durante o jogo de ontem no Parque Central, um verdadeiro compêndio de como se entregar um jogo fácil.
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4 comentários:
Parabéns pela análise brilhante da partida. Entregamos de bandeja um jogo em que eu esperava de tudo menos destempero de jogadores pelo tanto que se falou sobre a catimba uruguaia e as dificuldades de uma partida pela Libertadores.
E aí, já assinou a Fla-TV?
Rod,
As atitudes dos jogadores ontem, são preocupantes para a torcida, visto que já não se sabe se este grupo está preparado psicologicamente para a Libertadores. Ficaram na obrigação de vencer os 2 jogos em casa e pelo emnos empatar com o Cienciano no Peru.
Assino em baixo os jogadores estavam completamente loucos e nosso goleirão entregou duas.Deu tudo errado ontem,uma pena...
O time uruguaio não um pontapé,jogou na bola,limpo,muito se falou é verdade,mas a libertadores já mudou a um tempo!!!Não tem mais aquelas pancadarias e intimidações...A comissão técnica "viajou" em achar que ia ser uma guerra!
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